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Uma mulher, uma mochila nas costas e muitas lições valiosas: como a viagem solo me transformou 

Há uma beleza especial em viajar sozinha, com apenas uma mochila nas costas e um coração aberto para o mundo. Quando decidimos embarcar em uma aventura solo, as lições e os aprendizados se tornam ainda mais intensos e profundos. Foi o que eu descobri nas minhas últimas idas e vindas, que me ensinaram lições valiosas e transformaram a maneira como eu vejo a mim mesma. Neste texto, compartilho as principais lições que aprendi durante a minha jornada de mulher viajante, e como elas transformaram não apenas minha maneira de viajar, mas também a minha vida como um todo.

“O lugar de mulheres é onde elas quiserem”?

 

Antes, preciso dizer que sempre me incomodou o fato das pessoas dizerem que sou “corajosa” por viajar sozinha. E não é que eu tenha pisado em vários continentes e nem conte com uma lista enorme de países visitados. Mesmo assim já sou considerada “corajosa” por isso. Me incomoda porque a gente não deveria sentir medo e ter que superá-lo, nem ter nossos deslocamentos limitados. Nossa vida não deveria estar em risco pelo simples fato de colocar uma mochila nas costas e ver o mundo com nossos olhos. Mais que isso, não deveríamos carregar preocupações nas costas por “ser mulher”.

 

Preciso soltar outro incômodo sobre esse assunto. Sabe aquela frase: “O lugar de mulheres é onde elas quiserem”? Pois é, isso ainda é apenas algo sonhado na realidade de muitas, infelizmente. O lugar é aquele que dá para ocupar aquela no momento, de acordo com determinadas circunstâncias sociais e culturais. Sim, os espaços ocupados ainda são restritos e vinculados a determinados privilégios. Talvez eu não consiga enxergar todos os que eu tenho que me permitam viajar, mas me dói saber que muitas outras mulheres não podem o mesmo. E por outras limitações que não próprias. Liberdades foram conquistadas – um obrigada a todas as que vieram antes e as que estão fazendo história agora – mas ainda há muito direitos a serem acessados!

 

Mais do que turismo: Como viajar sozinha pode ser uma experiência enriquecedora e inesquecível

 

Viajar é revolucionário na vida de uma mulher. Viajar me mudou. Compartilho com você lições valiosas que aprendi viajando em minha própria companhia e que talvez ressoe em você. Desejo que esse relato te inspire a criar o seu!

 

  • Muitos medos me bloqueavam de viajar até identificar quais eram realmente os MEUS medos: eu descobri que absorvia grande parte preocupação que vinha da minha família e das pessoas à volta. Preocupações do tipo: “Com quem tu vai?”; “Onde tu vai ficar?”; “Me avisa quando chegar”; “Não vai muito longe”; “Chegou bem?”. No fundo esses comentários alimentavam um sentimento de insegurança e incapacidade, mesmo que estivessem cobertos de amor e proteção. Mas meus maiores medos não eram esses, eram outros, como a minha questão com a timidez e o medo da exposição. Os comentários que antes faziam me sentir controlada, começaram a me gerar mais empatia e compreensão, afinal elas aprenderam que tinham que agir assim neste mundo. Fui aprendendo a fazer a minha parte da tentativa de tranquilizá-las, como compartilhar com uma pessoa de confiança o GPS do meu telefone, o contato dos alojamentos, buscando um equilíbrio entre autonomia, segurança e contar com a minha rede de apoio. Quanto aos meus medos precisei me colocar em situações desafiadoras e ter o suporte da minha terapia.

 

  • Descobri meu estilo de viagem e ele pode mudar: Viajar é também ir pra dentro e explorar a si mesma. Cria oportunidades para que você se conheça melhor e descubra novos interesses e paixões. Eu costumava reproduzir no automático o modo turista: onde ir, o que fazer e tirar fotos que nunca revi. Hoje eu escolho lugares que realmente despertam meu interesse e o tempo que me dedico a eles. Caminho para esbarrar nos lugares, busco mais autenticidade, sem precisar cumprir check-list que me gerava ansiedade e impaciência. Me senti mais segura de mim com esses pequenos movimentos. Você tem que decidir, ninguém fará isso por você.  DECIDA O QUE E COMO VOCÊ GOSTA E VÁ POR ISSO.

 

  • Atravessar as OSCILAÇÕES é parte da aventura solo: entendi que um dia é incrível e outro não tanto. Há momentos de desejar uma companhia legal que por acaso não vou encontrar, de me sentir frustrada e desanimada para ir a determinados lugares. Outros de conhecer gente aberta e parceira de maneira inesperada, de aprofundar conversas em uma noite. A INCERTEZA do que pode acontecer é o que torna EMPOLGANTE.

 

  • Contemplar o momento presente, SEM DESEJAR QUE NADA SEJA DIFERENTE DO QUE ESTÁ SENDO: quando eu me acompanho de corpo inteiro e levo minha mente para estar ali comigo eu posso aceitar e viver o que se apresenta pra mim com abertura e curiosidade. Percebi que é a minha postura de entrega ao que sucede de momento a momento que torna o viajar tão especial.  Tento trazer esse modo sempre que possível para minha vida nas coisas mais banais, sem esperar uma ocasião especial.

 

  • Descobri novas formas de felicidade: A viagem solo pode nos ensinar a descobrir novas formas de felicidade, muitas vezes diferentes das que estávamos acostumados a buscar. Me vem o gosto na boca de quando eu experimentei um café fresco em uma pequena cafeteria no interior da Italia. Ou quando recebi a ajuda generosa de uma pessoa desconhecida num momento de aperto. Quando nos permitimos explorar novos lugares, pessoas e sabores, podemos descobrir novos valores e significados na vida.

 

  • Estar na minha própria companhia: sozinha, mas não desacompanhada. Aprendi a me fazer companhia, a me levar para passear, a me perguntar o que eu quero fazer e a me atender nas pequenas coisas. Desenvolvi mais confiança em mim e vivi momentos que eu me senti suficiente. Nas situações mais simples e sutis como quando observei a brisa do mar no final do dia, permitindo sentir a beleza da natureza ao redor e dentro de mim. Mas assim como a empolgação e o encantamento aparecem, volta e meia o tédio também vem sem pedir licença. Tento encontrar um conforto nesse desconforto e o resultado é apreciar mais o contato com as pessoas no meio do caminho. Levar um bom livro na mochila também é útil.

 

Itália 2020

 

A forma como a viagem vai impactar cada uma de nós é única! Esta é a beleza do viajar sozinha.

 

Como eu disse antes, sei que tem muita coisa envolvida. Mas se você tem essa vontade mulher, não deixa de ir não. Levar você para viajar é revolucionário. Ver com os próprios olhos e perceber as próprias ideias. Por isso, se você está pensando em embarcar em uma viagem solo, eu encorajo você a seguir em frente e a descobrir por si mesma as lições valiosas que essa experiência pode oferecer.

 

Dica da Psi: Se tem uma chama acessa dentro de você mas ainda não se aventurou solo, escreva as situações que mais te trazem medo ou desconforto e escale essas exposições. Comece pelo menor e mais fácil. Seu primeiro passo pode ser visitar o parque que está na cidade vizinha. A experiência é que “ensina” e nos “prepara” para viajar. Quero dizer mais: você não deveria estar solteira para viver isso. Estar em um relacionamento não deveria excluir a possibilidade de fazer algo incrível sozinha. Pelo contrário a felicidade de viver aventuras pode se refletir positivamente na relação!

 

Por último, você não tem que nada. Se a viagem solo não é sua maneira de viajar preferida tá tudo bem! Tem que fazer sentido para você dentro da sua história e dos seus desejos. Mas se tem uma coisa que eu te animo a fazer é a aprender a estar consigo mesma em diferentes situações. Você pode se fazer companhia sem sair do lugar e perceber tão longe dentro consegue chegar!

 

Viajar é revolucionário, mulher!

 

Um abraço da Psi Luiza Sbrissa.

 

 

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Quem escreve:

 

Luiza Sbrissa é Psicoterapeuta especializanda em Terapia de Aceitação e Compromisso e Mindfulness, e se dedica a ajudar brasileiros/as e hispanohablantes que vivem no exterior a melhorar sua saúde mental e bem-estar. Com formação em Psicologia e Mestrado pela Universidade Federal de Santa Maria no Brasil, Luiza tem experiência em pesquisa na Espanha em temas como Psicologia Social, migrações e estudos feministas, o que traz uma perspectiva interdisciplinar e multicultural para o seu trabalho como Psicoterapeuta. Ela oferece suporte online a pessoas em todo o mundo, ajudando-os a desenvolver habilidades para lidar com emoções difíceis e construir uma vida mais plena e satisfatória. Seu objetivo é fornecer um espaço seguro e acolhedor para que a pessoa possa explorar seus pensamentos e sentimentos, descobrir seus valores e aprender a agir de acordo com eles.

 

 

 

 

 

 

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